Conheça agora a história de cinco empresas familiares que deram certo
Empreendedor deve tomar cuidado para que as relações pessoais não prejudiquem o negócio
 Abrir o próprio negócio, gerir com eficiência e trasformá-lo em um  empreendimento bem sucedido já é uma tarefa que exige do empresário um  perfil de liderança bastante apurado. A tarefa ainda pode ganhar um  desafio extra se a empresa for familiar. O principal ponto de atenção é  não ultrapassar os limites do bom senso e separar o que é trabalho do  que é vida pessoal para que relações não sejam arranhadas.
Uma empresa familiar deve possuir regras claras sobre os  procedimentos e, acima de tudo, usar profissionalismo na gestão dos  negócios. Principalmente na tomada de decisões para que a empresa não  seja prejudicada. Aproveitar os pontos positivos que as relações  familiares proporcionam pode ajudar no processo. O Estadão PME  selecionou cinco histórias de empresas familiares que deram certo.  Confira:
Imaginarium. Sebastião Rosa buscava qualidade  de vida quando decidiu – na década de 90 – largar a carreira de médico e  mudar-se com a família para Florianópolis. Como meio de vida, ele criou  com a mulher, Karin Rosa, a Imaginarium. O casal apostou em inovação,  algo tão presente na identidade da empresa que hoje a Imaginarium lança  em média 400 produtos por ano. Seis anos atrás, Sebastião Rosa e a  mulher afastaram-se do comando da empresa e contrataram um gestor  profissional, que administra o empreendimento desde então. As filhas do  casal ajudam nesta tarefa. Nanina, formada em arquitetura, é responsável  pelo marketing. Cecília cuida das áreas de criação e desenvolvimento de  produto. Karin faleceu um ano e meio atrás, vítima de câncer. Contudo,  ela ainda parece presente. Na vida e empresa de Rosa. “O importante foi o  sonho de um casal romântico de meia idade que estava em crise e que fez  uma empresa com o coração.”
Di Cunto. A Di Cunto funciona no bairro  paulistano da Mooca há 77 anos. A empresa abriu as portas em 1935 e foi  idealizada pelo patrono da família Di Cunto, Donato, que percebeu na  imigração de seus conterrâneos para o Brasil uma boa oportunidade para  produzir pães conforme a receita italiana. Hoje, tanto tempo depois da  inauguração, o negócio continua essencialmente familiar – é controlado  pelos descendentes diretos de Donato Di Cunto – e atende cerca de cinco  mil consumidores todas as semanas. Marcos Di Cunto Júnior, gerente de  marketing da empresa, é representante da quarta geração da família.  Júnior começou no negócio há sete anos, em um momento que classifica  como difícil – o empreendimento não acompanhava a concorrência e pecava  em relação ao posicionamento de mercado que pretendia ocupar. Para  retomar o caminho, a empresa apostou justamente no seu principal  atributo: a união da família em torno do negócio. Auxiliaram nessa  recuperação Marcos Di Cunto, diretor financeiro e pai de Marcos Júnior, e  Reinaldo Di Cunto, diretor industrial e pai de Fernanda, nutricionista  da empresa.
Esfiha Juventus. A Esfiha Juventus tem  história,  fama e tradição. Trata-se de uma empresa familiar localizada  no paulistaníssimo bairro da Mooca, na Zona Leste da capita  paulista.Tamer Abrahão, fundador e a alma do negócio durante décadas,  faleceu em 1998. Sua mulher, Wanda, e o filho Alexandre então assumiram a  gestão. Só dez anos depois é que Celso, também filho de Tamer, decidiu  abandonar a carreira de engenheiro mecânico para se dedicar  integralmente à empresa. Ao chegar, deparou-se com um cenário  complicado. Os funcionários nem sequer usavam uniforme. E os clientes só  podiam pagar a conta com dinheiro ou cheque – nenhum cartão era aceito.  Também não havia sistema de delivery. O engenheiro, então, iniciou o  processo de profissionalização da empresa. O resultado apareceu: o  faturamento triplicou em três anos. “Mudamos com cuidado para não  assustar clientes e funcionários”, relata.
Flexform. Em 46 anos de existência, a Flexform  já teve tempo de acertar, crescer, patinar, mudar de rumo e crescer  ainda mais. A empresa, fundada em Guarulhos, na grande São Paulo, pelo  imigrante italiano Ernesto Ianonni, produzia apenas componentes para a  montagem de cadeiras. Mas sob a orientação do filho, Pascoal Ianonni, o  negócio passou a fabricar a cadeira inteira. A mudança começou a ocorrer  no final dos anos 90, quando Pascoal, formado em administração,  percebeu que o negócio da família sofria uma ameaça. Para não correr  riscos, o empresário começou a alterar o modelo de negócio para que, aos  poucos, as cadeiras saíssem prontas da Flexform.
O sucesso da mudança, porém, custou caro à família porque  Ernesto não aceitou a atitude do filho. Pascoal economiza comentários  sobre o assunto, mas refere-se ao pai somente como “o fundador”. Chegar  ao comando da empresa também teve um preço alto para Pascoal. Para  colocar em prática a nova estratégia da empresa e mostrar que estava  certo, o empresário exagerou na dose de trabalho. Com uma crise de  estresse, teve de afastar-se da Flexform por dois anos – bem no momento  que seu plano começava a deslanchar. O filho voltou à empresa em 2009.  No ano seguinte, Ernesto vendeu sua parte no negócio e Pascoal, com o  apoio da mãe e do irmão, assumiu o controle definitivo. 
Preta Pretinha. Em 1998, as irmãs Antonia e  Lucia Venâncio abriram uma cafeteria toda caprichada, no Jardim  Bonfiglioli, na zona oeste de São Paulo. Tinham todo detalhamento  financeiro do negócio, bom produto, atendimento cuidadoso, mas ainda  assim o negócio não decolava. Depois de 18 meses sem retorno, o jeito  foi fechar as portas.  Em 2000, as irmãs abriram a Preta Pretinha, uma  loja que vende bonecas étnicas na Vila Madalena, zona oeste. Mas antes,  fizeram muita pesquisa. Com isso, descobriram, por exemplo, que as  bonecas de pano fariam mais sucesso com o público A e B do que as  bonecas de vinil.Resultado: hoje, a Preta Pretinha vende cerca de 2mil  bonecas por mês, que custam a partir de R$ 10, e tem clientes como USP e  Sesc.
